27 de junho de 2015

Como funciona a impressão 3D

Trabalhar e investir numa cidade deserta


Tive o prazer de assistir a mais de 3 horas de conferência e ouvir os responsáveis políticos vianenses falarem sobre empreendorismo e oportunidades de trabalho em Viana do Castelo. O ilustre painel de convidados falou com pompa e circunstância sobre os seus planos para a economia da cidade. Fundos comunitários, a torneira do crédito voltou a abrir, a Camara Municipal pronta a investir etc.
Da parte dos empresários que estavam presentes, parecia haver um pacto de não agressão ao painel, reverência máxima ainda que não concordemos com as medidas que estão a ser tomadas. É ouvir e calar.

Até que decidi intervir e explicar quais são os problemas de Viana e traçar um paralelo com a Singapura dos anos 60. Singapura depois de se separar da Malásia, era um país pobre e atrasado economicamente, fustigado pelo comunismo e por uma economia planificada. Sem terra para explorar devido à sua dimensão e sem recursos naturais, Lee Kuan Yew, não tinha outra hipótese senão tentar o capitalismo e o livre mercado. Os resultados foram espantosos. Em 50 anos, o PIB per Capita de Singapura passou de estar ao nível de Angola ou Kosovo e hoje é superior ao dos EUA. O segredo do sucesso? Baseou-se em 3 pilares:


  • Mercado livre com sector privado forte
  • Respeito pela propriedade privada
  • Impostos baixos e pouca regulação estatal
Qual é a lição que Singapura pode ensinar a Viana do Castelo? Retirar a cidade das mãos da Câmara Municipal que planifica os sectores em que deve apostar e deixar essa tarefa para o mercado decidir o que é melhor. Ou seja, a Câmara Municipal apenas se deve preocupar em reduzir impostos e regulações, eliminar burocracias patéticas, respeitar a propriedade privada e atrair investidores com condições atractivas.
Confrontando o Sr. Presidente da Câmara com estes factos, diz-me que o neoliberalismo é um sistema falhado, que vivemos numa economia que deve apostar no keynesianismo, que sem planificação central e sem estratégia pública nada acontece e que a cidade não se encontra deserta e começou a enumerar as empresas grandes que estão aqui instaladas e que contaram com incentivos e ajudas da Câmara. O típico capitalismo de compadrio. Por fim, quando lhe volto a dizer que a cidade se encontra deserta, diz que são opiniões. (A foto que ilustra o artigo acho que defende bem a minha "opinião")
Socialismo é isto, confundir factos com opiniões.

25 de junho de 2015

Campanha para Mises Portugal II



Call For Liberty II - Mises Portugal

Cartaz da minha autoria

Próximo SÁBADO (DIA 27 de JUNHO)
na Nova School of Business and Economics, em LISBOA:
"Call For Liberty II: International Economics and Finance Conference".
Das 14 às 20h, estarão em debate os temas:
- Crony Capitalism vs Free Market Capitalism - por Helio Beltrão (moderado por Guilherme Marques da Fonseca);
- A Cultura Intervencionista no Brasil - por Bruno Garschagen (moderado por Rui Santos);
- Portugal 2016: Como Encolher o Estado - por Miguel Botelho Moniz, Mário Amorim Lopes e Ricardo Campelo de Magalhaes (moderado por Ricardo Lima);
- Bitcoin: As Criptomoedas como Foco de Liberdade - por Carlos Novais e Pedro Cunha (moderado por Tiago Águia de Moura).

10 de junho de 2015

Crónicas de uma Viana às moscas


A música da Amália Rodrigues "Havemos de ir a Viana" parece um presságio do potencial que a cidade tem por cumprir há várias décadas. Viana do Castelo tem imenso potencial, uma cidade lindíssima, com bons acessos, bem localizada e com recursos naturais incríveis como mar, rio, montanhas e lagos. Além disso conta com uma cultura riquíssima que devia ser mais divulgada. No entanto, os seus habitantes têm-na dotado duma gestão socialista durante as últimas duas décadas, que tornou a cidade num marasmo.

Sob o lema de "Cidade Saudável" e de "Meca da Arquitectura", o executivo camarário, cuja filosofia se mantém inalterada há mais de 20 anos, vem cometendo atentados ao livre comércio e a todo aquele que queira empreender. Através de uma economia planificada de obras públicas desnecessárias, a Câmara desperdiça recursos e dinheiro em elefantes brancos, enquanto a cidade se encontra às moscas.

Um dos exemplos mais gritantes é o Coliseu da Praça da Liberdade. A sua arquitectura pode ser de gosto duvidoso, mas a sua utilidade não deixa margem para dúvidas. Projectado para ser tudo, acaba por ser inútil para tudo. Não cumpre a sua função para acolher provas internacionais de desporto, como pavilhão de exposições é demasiado pequeno e como centro de espectáculos (função actual) é uma miséria. Desconfortável, possui uma acústica terrível e ver um concerto pode tornar-se numa dor de pescoço terrível já que temos de espreitar por cima do ombro do espectador da frente. 
Não vou sequer mencionar as infiltrações de água ou o facto de ser usado 2 ou 3 vezes por mês. Os seguranças que vigilam o espaço 24h por dia, é a prova física do keynesianismo que o presidente José Maria Costa tanto gosta. Mas infelizmente já se provou que a oferta não cria por si só procura.

Outro exemplo interessantíssimo é a Praça de Touros. O executivo PS, à moda de Cuba ou de qualquer regime totalitário e num gesto nobre de defender os animais, mas atentando contra a liberdade da população ao mesmo tempo, decide proibir as touradas. Expropria-se o espaço por uma ninharia e deixa-se ao abandono. Quando começam a surgir vozes a denunciar, anuncia-se mais um plano faraônico de obras públicas. A solução: demolir e construir um daqueles centros que ninguém percebe para que servem, além de empregar os amigos. Sou contra os maus tratos animais, mas estas questões não se resolvem desta forma, que é digna de qualquer regime africano.

Para terminar, e ainda perto da Praça de Touros, mais um exemplo de planificação municipal da economia: expropriações, destruição de postos de trabalho e requalificação urbana.
A Câmara decide que a zona da praia fluvial de Argaçosa precisa de uma requalificação, apesar dos habitantes não concordarem, visto que mesmo como estava era das zonas mais frequentadas da cidade. O que é que o Sr. José Maria Costa, no alto da sua sabedoria decide fazer? Demolir os cafés e armazéns do Clube de Remo, no seu lugar ficam descampados e constrói-se um novo clube com apenas um café a 1km. O proprietário? A Câmara Municipal e mais uma PPP para o contribuinte pagar. 
No fundo, mais 3 exemplos de capitalismo de compadrio, que no caso de correr mal paga o contribuinte com os seus impostos. Depois ainda se admiram como temos uma dívida pública deste tamanho...




Posts parecidos

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...