"Nem Cristo agradou a toda a gente"
A maioria de nós tenta, erradamente, agradar a toda a gente.
Num mundo de 7 biliões de pessoas é impossível agradar a toda a gente. Mesmo alguém como a Madre Teresa de Calcutá, que dedicou a vida a cuidar de crianças sem abrigo, tinha quem não gostasse dela.
Portanto se uma humanitária como a Madre Teresa não agradou a todos, tenho a certeza que a minha forma maluca e excêntrica de ser também não vai agradar.
Warren Buffett, no seu livro "A Bola de Neve" diz "O propósito da vida é amar aquelas pessoas que estão dispostas a amar-te". Buffett pensa que é importante ser amado por um pequeno grupo de amigos e familiares que ele ama de volta.
A história demonstra o mesmo. O ser humano adapta-se melhor a pequenos grupos de 100 a 150 pessoas. Isto é a tua tribo.
No entanto hoje vivemos num mundo ligado com 7 biliões e a maioria vive em cidades com milhares ou mesmo milhões de habitantes. Muitas mais do que aquelas 150 a que o nosso cérebro está programado a agradar.
Quando jovens somos postos em escolas com milhares de outros jovens e isto cria um stress incrível já que como adolescentes temos a tendencia para nos integrarmos e ser universalmente aceite.
Mesmo como adultos continuamos a insistir no mesmo erro. Michael Gerber no seu livro "E-Myth" afirma que a 80% dos negócios fecha após 5 anos por essa mesma razão.
Tentamos criar um sítio de negócio onde 99% das pessoas comprariam.
É certo que Jeff Bezos (CEO da Amazon) descobriu a fórmula de sucesso para essa premissa, mas para nós, resto dos mortais, é extremamente complicado criar uma marca global nos dias que correm.
Das 100 marcas globalmente mais aceites como a Coca-Cola, Apple, Microsoft, Nike, Visa, IBM, Disney etc 70 já existiam há 25 anos.
Todas estas marcas cresceram quando era mais simples e fácil fazê-lo. Todas estas marcas souberam manter a sua posição e foram eliminando a concorrência que não soube preencher o vácuo no mercado.
Apenas uma dessas 100, é fruto da exposição nos últimos 10 anos. O AOL gastou milhoes de dolares em publicidade para se tornar numa marca valiosa. Outros tentaram e todos eles falharam.
Portanto a questão é "Se apenas 1 de 100 marcas conseguiu utilizar a publicidade tradicional para relembrar o público sobre os seus produtos, porque é que a mesma estratégia resultará contigo?"
Sethi Godin, no livro "Vaca Púrpura" diz que a melhor estratégia é ser extraordinário para um pequeno grupo de clientes, no entanto é preciso estofo para aguentar as críticas.
"Ser extraordinário é saber lidar com as críticas, porque apenas quem se sobressai tem o "privilégio" de receber críticas.
O real crescimento aparece quando se vende produtos que irritam, que ofendem, que são muito caros, muito baratos, muito simples, muito complicados, muito "alguma coisa". É certo que para alguns será perfeito e para outros será demasiado "alguma coisa".
Num mundo globalizado ser muito bom já não chega. É preciso ser excelente para se sobressair do resto é é impossível agradar a todos.
Há quem goste de rap, outros odeiam. Há quem viva para a religião e outros nem suportam ouvir essa ideia. Uns gostam de usar All-Stars e outros preferem andar descalços sobre vidros partidos.
Godin diz "ser muito bom é uma ocorrência quotidiana e já nem sequer é digno de referência".
Hoje é preciso ser extraordinário em alguma coisa para ser reconhecido. É preciso fazer parte dum 5% capaz de fazer alguma coisa com excelência.
Alan Nation dizia "A beleza de viver num mundo com 7 biliões de pessoas é que vendas o que venderes, haverá sempre 1 milhão disposto a comprar."
No fundo se estudarmos Jesus Cristo, Maomé, Buda, César Augusto, Marx, JFK, Gandhi, Darwin ou outro qualquer personagem influente, todos seguem o mesmo padrão. Amar muito um pequeno grupo é viver com o criticismo de muitos.