A gasolina não reflete a queda do petróleo, por três razões: o preço do petróleo caiu 41% em dólares americanos, mas o euro desvalorizou-se muito (9% desde Junho) em relação ao dólar por causa das políticas do BCE, pelo que o efeito no preço em euros é menor. Além disso, o crude é responsável por menos de 43% do preço da gasolina. Finalmente, o problema é que os impostos representam mais de 48% do preço final, motivo pelo qual não se nota a queda do preço quando comparamos por exemplo com os preços praticados nos EUA, onde a gasolina já está quase a 60 centimos de euro por litro.
Há também um importante elemento adicional, a gasolina não é petróleo bruto. Temos que acrescentar as margens de refinação, que na Europa cresceu 7,5% no ano passado. Tendo em conta todos estes factores: o peso euro-dólar do crude, os impostos sobre os preços da gasolina e a margem de refinação, que é um indicador internacional, não manipulável, chegamos à parte do lucro da negociação dos revendedores que é um pequeno elemento de preço final, não mais de 4-6%.
Como eu explico em "La Madre de Todas as Batallas", de modo a notar-se uma redução no preço da gasolina seria preciso reduzir impostos, que é a parte de maior peso no preço final e evitar desvalorizar artificialmente o euro.
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