17 de maio de 2014

O mito do socialismo nórdico


Estocolmo é uma cidade onde os membros do governo não usam veículos oficiais, não precisam de uma escolta milionária, passam a ferro a própria roupa e os ministros usam as próprias viaturas para ir trabalhar ou vão a pé durante o Verão. O respeito ao dinheiro público é quase uma religião na Suécia.

Austeridade e livre mercado é algo que se percebe chegando ao país nórdico. O país foi moldado num espírito empreendedor e de sacrifício. A história da cigarra e da formiga. Preparem-se para o Inverno.
No entanto quando se dá como exemplo a Suécia faz-se sempre a partir do gasto público. Um pouco de história.
Entre 1850 e 1950 a Suécia foi o 2º país que mais expandiu a economia, superado somente pela Suíça. O sucesso do reino nórdico esteve intimamente ligado a um capitalismo pujante e uma indústria de primeira linha. No entanto, os sociais democratas lançaram uma agenda cada vez mais intervencionista, que todo o mundo viu com bons olhos, excepto os suecos.

Os sociais democratas, cedo perceberam que o mercado livre e o capitalismo eram os pilares que sustentavam a economia do país e o Estado passou de 20% do PIB a tornar-se cada vez mais interventionista durante as décadas de sessenta e setenta.
Apesar do partido socialista ter estado no poder de 1932 até 1991 de forma quase inenterrupta, até aos anos 60, os seus líderes geriram a despesa pública de forma quase irrepreensível. A partir daí começou uma espiral de intervencionismo que aumentou a despesa pública para 60% do PIB e a lista dos funcionários públicos triplicou.

Entre 1960 e 1989, a carga fiscal dos suecos passou de 26% para 52% do PIB. No intervalo de 1965 a 1985 perderam-se cerca de 300 mil empregos no sector privado, no entanto os números do desemprego não aumentaram já que o número de funcionários públicos aumentou para 800 mil, o dobro da média dos países da OCDE. No início da década de 90, o modo tornou-se insustentável: a taxa de desemprego subiu para 14%, o défice situava-se nos 11% e a despesa pública situava-se nos 70% do PIB. A única forma de contornar a situação era ou tomar medidas reformistas ou endividar-se mais.

O primeiro ministro da época, Carl Bildt iniciou uma reforma liberal no país. Baixou impostos, reduziu as pensões e começou um programa de privatizações. Deixou que os privados tomassem conta da educação e da saúde e introduziu o cheque escolar e o cheque saúde. Reduziu também o IRS para 27%, dos mais baixos da União Europeia.
Sendo um país líder em serviços médicos, gasta mais ou menos o mesmo que Portugal 9,7% do PIB, e gerido por gente que cujo fim é fazer lucro.
Uma das perguntas de quem é contra o liberalismo é "E quem faz as estradas?". Na Suécia dois terços das estradas são privadas. Graças à privatização de inúmeros sectores o desemprego baixou e situa-se abaixo dos 6%. 

Desde 2006, a Aliança Sueca não tem parado de baixar impostos e apesar da fama de alta tributação, os números estão perto dos praticados por Portugal ou Espanha.
A Suécia é um claro exemplo que o estado do bem estar e o capitalismo podem conviver lado a lado.

16 de maio de 2014

Estado por Hans-Hermann Hoppe

"O estado é uma instituição dirigida por assassinos, saqueadores e ladrões, rodeada por carrascos voluntários, propagandistas, bajuladores, bandidos, mentirosos, palhaços, charlatões, ingénuos e idiotas úteis - uma instituição que suja e contamina tudo aquilo que toca."

Sociedade condenada


“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;
Quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores;
Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
Quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício;
Então poderá afirmar, sem temor de errar, que a sua sociedade está condenada.”

Ayn Rand

Passeios na minha terra



O capitalismo aumenta a prosperidade e o bem estar


Os Índices de Liberdade Económica, que são publicados anualmente por diferentes organizações que analisam aspectos fundamentais para o bom funcionamento do mercado, incluindo aspectos como a facilidade de fazer negócios, abertura comercial, políticas fiscais, austeridade no gasto público, protecção do investimento, competitividade financeira ou aspectos legais.

Japão e os truques de velha raposa

O Japão é um país onde se pode provar um prato delicadíssimo, requintado e no mínimo arriscado. O Fugu é um peixe, que tem umas glândulas entre a pele e a carne que contém um liquido extremamente venenoso. Um corte menos cuidado pode levar a que algumas gotas desse liquido entrem em contacto com a pele e levam á morte imediata de quem o provar.
Os japoneses afirmam que sabe a "peixe normal cru" e que morrem umas cinquenta pessoas ao ano, quase todas estrangeiras. No entanto não é isso que afasta milhares de japoneses a pagarem uma fortuna para se sentarem á mesa para provar esta roleta russa culinária.
Outra curiosidade do país nipónico são os pintores de paredes. O Financial Times, há uns tempos, dava conta de que muitas empresas sobre-dimensionadas em vez de re-estruturar os quadros, os trabalhadores, pintavam a mesma parede uma e outra vez. John Maynard Keynes, mencionava que uma das formas de manter a actividade económica é fazer buracos para depois tapa-los.

13 de maio de 2014

O pesadelo colectivista na Venezuela

A América Latina é como um curso de sociologia num continente. Acontece de tudo por lá. Ditaduras, democracias, golpes de estado, falências de bancos centrais etc. Mas não houve algo tão nefasto e tratado tão ao de leve pela imprensa europeia como o bolivarismo.
O Bolivarismo é uma ideologia que une o socialismo aos ideais republicanos de Simón Bolívar, militar e político venezuelano que se destacou por ser um dos rostos da emancipação frente ao Império Espanhol.
O ex-presidente Hugo Chavéz, Rafael Corrêa ou Evo Morales são algumas das figuras que defendem o denominado socialismo do século XXI.
Entre toda a propaganda, a Venezuela tomou um caminho diferente do de Cuba. É um país socialista com espírito empreendedor. "Passamos de fazer business com Coca Cola para fazer com sumo de goiaba." dizia-me um amigo venezuelano, referindo-se á petição do presidente Chavéz.
Apesar da produção petrolífera ter aumentado quatro vezes, o rendimento per capita é baixíssimo. O sonho bolivarista nasceu como uma promessa igualitária e social e acabou por fracassar. É o que acontece quando se entrega a liberdade a troco de segurança e no fim nenhuma das duas. Só um líder autoritário.
O chavismo contava com o apoio da maior parte da população. A sua morte foi recebida num misto de tristeza, medo, e esperança. Era um líder carismático, mas a situação económica e o isolamento internacional levaram o país a levar um rumo bastante diferente da Colômbia de Uribe, que passou de ser um dos países mais perigosos do mundo a um centro de negócios internacional. O pilar básico da Colômbia foi a abertura aos mercados e desprender-se do comércio com os vizinhos, entre eles a Venezuela.
A hiperinflação já assolou a Venezuela que chegou a ver os preços dispararem 40% por ano, deixando os mercados desabastecidos. O bolívar chegou a cotizar a 26 face ao dólar no mercado negro, enquanto oficialmente estava a 6 para 1 dólar.
Em Fevereiro do ano passado, Chavéz desvalorizava a moeda nacional pela sétima vez. Isto levou que o PIB per capita descesse de 13000$ em 2007 para 9000$ em 2013. Uma queda de 22% do poder de compra. Um dos empobrecimentos mais rápidos alguma vez visto em tempos de paz.
Durante o mandato de Maduro, que abriu a economia, antes de entrar numa espiral de dívida, desvalorização e inflação que levou aos distúrbios que continuam até á data. Isto apesar do preço do barril de petróleo valer dez vezes mais que durante o mandato de Chavéz.

É surpreendente que um país que metade das receitas são geradas através da venda de petróleo, conseguisse ter um défice de 9%. E o pior é que nas ruas não se vê o desenvolvimento que seria de esperar.
De 2003 a 2013, a inflação subiu 588%. O preço que se pagava por um jantar em 2003 dá para comprar um carro em 2014. A Venezuela precisa da sua riqueza e no entanto oferece 100000 barris por dia a Cuba, que só consome 40000. O resto exporta. É o pagamento por serviços médicos e por aconselhamento político.

Outro dos casos graves do regime são as expropriações. Num período de 6 anos o governo levou a cabo 1826 expropriações e só um 5% foi indemnizado.
Mas os defensores do regime preocupam-se com a pobreza e curiosamente o índice Ethos que mede a pobreza situa a Venezuela na antepenúltima posição na América Latina, seguido do Equador e da Bolívia, outros dos países governados pelo socialismo do século XXI.

As funções do Estado

"As funções do estado dividem-se em duas: aquelas que se podem privatizar e aquelas que se podem eliminar."

Murray Rothbard

O único provedor possível?



Pese a inevitabilidade do Estado, a maior parte dos bens que consumimos, inclusivé os mais importantes, são-nos fornecidos através do mercado: a alimentação, vestuário, vivenda, comunicações etc. Provavelmente se o estado, no ultimo século, tivesse monopolizado a provisão de alimentos, a maior parte das pessoas questionar-se-ia acerca da capacidade do livre mercado de fornecer alimentos. As perguntas seriam as mesmas que hoje se colocam para a educação ou saúde: "Como é que podemos deixar um sector tão importante nas mãos de empresários gananciosos?", "E se os empresários se juntassem para nos matar de fome?","Como provisionariamos comida a qualquer altura?", "Vamos deixar as pessoas morrerem à porta dos supermercados?", "A maior parte das pessoas não teria condições para pagar alimentos".

Os serviços prestados pelos privados não tem porque seguir os mesmos moldes das empresas públicas. Não existe um modelo perfeito de prestar serviços, portanto o mercado é livre de explorar novos conceitos e a criatividade dos empresários criará uma competição para atrair clientes. Ao contrário do que acontece com empresas públicas que detêm o monopólio, evitam a experimentação descentralizada e focam-se num modelo produtivo que muitas vezes é nefasto para os consumidores e vantajoso para lobbies e burocratas.

Tomemos como exemplo a educação, onde o estado participou directa (escolas públicas) ou indirectamente (planos curriculares) na totalidade do sector. Hoje todos aceitamos que a educação primária deve ser feita dos 6-10, a básica dos 10-15, secundária dos 15-18 e superior dos 18 em diante; e que deve fazer grupos de 30 alunos que estão 6 horas por dia a absorver conteúdos definidos pelo Estado e que periodicamente são submetidos a exames para testar os conhecimentos. Está provado que existem métodos mais eficazes e baratos para tirar melhor partido de cada aluno. Mas como o Estado controla o sector, temos um modelo educativo que não se adapta ao mercado de trabalho do século XXI e que ainda segue padrões definidos há dois séculos atrás.

A actuação do estado deveria ser feita apenas nos sectores onde o mercado ou a organização social não conseguem alcançar. Que a participação do Estado seja requerida numa área em específico, não quer dizer que o tenha que ser em todas.

A imprensa mente


Anarquia


O vício moderno ao estado é sustentado por dois pilares: a ilusão de que é possível outro estado - mais eficiente e mais justo - e o absoluto desconhecimento de outras formas de cooperação e convivência sem a coerção estatal.
Esperança e medo, duas formas que os governos têm de consolidar o poder e de controlar a população.

5 de maio de 2014

Corações de filigrana de Viana do Castelo


Os corações de filigrana que aparecem hoje, muitas vezes ao peito da vianesa não eram usados noutros tempos com tal frequência por causa da sua grande mão-de-obra e porque eram feitos em prata dourada, metal utilizado ainda na maior parte dos que actualmente se fabricam. Os corações ocos ou opados são feitos em Gondomar e na Póvoa de Lanhoso. Há dois tipos:
Opadas - Ocos e bojudos, fabricavam-se em chapa muito fina e decorados com finos fios de filigrana ou um granulado, com motivos de amor, florais ou religiosos. Podiam ser flamejantes ou chamados duplos por terem como que um duplo coração por cima do maior, mais não sendo que a estilização de chamas. Eram estes os mais usados pela mulher vianesa.
Em chapa - São em tudo semelhantes às “borboletas”, mas sempre flamejantes.
"Ouro Popular Português", Amadeu Costa e Manuel Rodrigues Freitas

4 de maio de 2014

Physalis Peruviana


  •  O mercado europeu é bastante pequeno. Estima-se que são consumidas 2000 a 2500 toneladas por ano.
  • Os maiores importadores são a Holanda, Reino Unido, Alemanha e Suíça.
  • A Suíça é o menor consumidor dos quatro países mencionados.
  • O maior exportador do mundo é a Colômbia.
  • Portugal e Espanha estão entre os novos produtores.
  • Apesar de alguma subida na procura, o preço encontra-se nos 4.5€/kg desde 2001.

23 de abril de 2014

Moedas de reserva mundial não duram para sempre


A JP Morgan lançou este gráfico onde é possível ver que as moedas de reserva mundial apenas mantém esse estatuto durante um século.

É possível ver que o Real Português durante a época dos descobrimentos foi a moeda de reserva mundial, já que na altura Portugal era a maior economia do mundo.
Se compararmos com a situação actual vemos que o dólar e o império americano entraram na sua decadência e que em breve vamos ter não só um novo sistema monetário como uma nova moeda de reserva.
Aceitam-se apostas.

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