23 de fevereiro de 2015

O Ressentimento dos "Sem iPads" em Inglaterra


Em 2011 assistimos à moda que jovens londrinos fizeram em lojas de marcas caras da cidade para roubar bolsas Prada, iPads, iPhones e Blackberries. Coitadinhos deles, os “sem iPads”...

Muitos especialistas em psiquiatria social já tinham alertado para o fenómeno dos jovens ressentidos contra o facto de a sociedade não lhes dar bolsas Prada como parte do Estado de Bem-Estar.

Como afirma o psiquiatra inglês Theodore Dalrymple, o ressentimento é um dos sentimentos mais fortes e duradouros na experiência humana, e o Estado do Bem-Estar, ao dar direitos aos cidadão sobre quase tudo, cria uma situação bastante peculiar, que é fazer com que os cidadãos sejam, ao mesmo tempo, ingratos com o que recebem (já que tudo o que recebem é direito “inalienável”) e ressentidos quando não recebem seus “direitos”. Não há saída para essa equação de geração de preguiça e mau carácter. E esses “direitos” custam caro. Quem paga a conta? Quem trabalha, é claro. A minoria sempre carregou o mundo às costas.



O Estado nega o facto de que poucos são mais capazes, mais inteligentes, mais esforçados e mais disciplinados e que por isso devem aproveitar os resultados das suas virtudes. Dizer isso é politicamente incorreto, mas é verdade. A praga do politicamente correcto e o seu amigo, o Estado do Bem-Estar, responsável em grande parte pela derrocada da Europa nos últimos anos, estimula o vício e condena a virtude por não a reconhecer e por fazer com que ela pague a conta dos preguiçosos.

Verdade seja dita, graças ao Estado é que no Reino Unido é que existem famílias que não trabalham há três gerações porque vivem graças ao “dinheiro da Rainha”. Pode-se receber até 2.500 libras (aproximadamente 3300 euros) por mês, sem fazer nada. Toda a gente tem um cunhado que adoraria viver à custa do Estado ou então à nossa custa.

A natureza humana é, na maioria dos casos, leviana quando pode, e só se trabalha em caso de necessidade, porque a maioria de nós detesta o que faz no trabalho. Quase ninguém tem uma vocação específica para uma profissão, e o sucesso implica dificuldades que a maioria não aguenta.

Além disso, os jovens são estimulados a serem agressivos e mal-educados como forma de exercer seu “direito psicológico” à liberdade do indivíduo que não quer ser reprimido, que basicamente não quer arcar com as consequências de ser educado com os outros e suportar as tensões da vida adulta.

Como demonstração de jovens “livres”, recentemente, raparigas adolescentes bêbadas foram presas enquanto abordavam homens na rua à noite para competir entre elas a ver quem fazia um homem vir-se mais rápido com sexo oral (engolir mais esperma era sinal de capacidade erótica). Sorte desses homens...

Somando a isso tudo, as típicas campanhas politicamente corretas (ainda que não as denominem assim em Inglaterra) defendem que condição de mãe solteira é uma vitória da emancipação feminina. Toda a gente sabe que as crianças sem pai são mais vulneráveis à disfunção social. A destruição das famílias em nome da emancipação feminina e dos filhos, a falta de emprego, o direito à preguiça universal e o culto da irresponsabilidade como forma de liberdade dos jovens têm criado um cenário de desespero no Reino Unido e tudo abençoado pelo politicamente correcto.

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