15 de julho de 2015

A multa da ASAE ao Pingo Doce

Ter um Estado hiper protector e que detém o monopólio da educação cria uma distorção na mente da população quando esta tenta interpretar os acontecimentos. Portugal é um destes casos. O Estado é o responsável pelos programas educativos, até das escolas privadas, o que cria uma dependência dos cidadãos em relação ao Estado e uma animosidade contra os capitalistas e empresários.

No caso do Pingo Doce, empresa privada detida pela Jerónimo Martins, que um dia por ano decide fazer uma promoção para baixar os preços para agradar aos seus clientes, em Portugal é visto como um ataque desleal aos pequenos revendedores e mais uma tentativa para explorar os produtores nacionais. Neste pedaço de terra à beira mar plantado, acha-se que o Estado através de multas e regulações, protege as práticas de concorrência e o bom funcionamento do mercado. Até poderia ser verdade, mas em Portugal multa-se também por especular ou por acordos de preços entre a concorrência.

Por isso é que as celebrações do 25 de Abril me parecem um espectáculo de comédia. Os políticos de cravo vermelho na lapela falam "à boca cheia" da conquista da liberdade, mas são os primeiros a limitar a liberdade de uma empresa através da fixação de preços. É o Estado que define se uma empresa está a vender muito barato ou muito caro. Porquê? Porque o Estado em Portugal controla metade do PIB. Porque aqui há pouca tradição de práticas de livre mercado. Porque ainda não se percebeu que a concorrência (desleal) é que faz descer os preços para o consumidor.

Em última instância, o dumping favorece o consumidor, dado que os preços praticados pelos vendedores são mais baixos. Isto faz com que a concorrência siga as pisadas e também baixe os preços ou então que melhore a qualidade dos produtos que oferece. O consumidor sai sempre a ganhar numa objectiva de livre mercado. Portanto, parece-me duma idiotice tremenda que se diga que a ASAE devia era multar mais e que "devia apertar ainda mais com eles".

São essas as mesmas pessoas que se queixam que o salário mínimo é baixo e que os patrões exploram os empregados. Esquecem-se é que o salário mínimo não é nada mais do que o Estado a definir o preço mínimo do trabalho. Ou seja, se alguém trabalhar por menos que o salário mínimo, tendo acordado isso com a entidade pagadora, está a exercer práticas de concorrência desleal? Se trabalhar durante um mês e acordar receber 400€ estou a prejudicar todos aqueles que levam 505€ por um mês de trabalho? Ou será o Estado que não tem noção dos preços do trabalho praticados no mercado?

Há que eliminar a ideia de que o Estado é a garantia de que não se exercem monopólios e que se cumprem as praticas de concorrência justa. Porque se isso fosse verdade, não teríamos a PT e a NOS a praticar os mesmos preços, não teríamos as empresas de fornecimento de energia a fazerem pactos de não agressão e fixarem os seus preços e sobretudo teríamos salários adaptados à economia do país. Mas o mais importante é que teríamos liberdade a sério, liberdade para decidir quantas horas queremos trabalhar e quanto queremos ser pagos por cada hora. O resto são cravos e palermices endoutrinadas em qualquer escola pública.

13 de julho de 2015

Sobre a pobreza

Estamos acostumados a pensar que o mundo é rico e que a pobreza é uma casualidade. Não é bem assim. A maior parte da humanidade viveu em condições de extrema pobreza durante a maior parte da história. Inglaterra, França ou Suécia eram países pobres até há relativamente pouco tempo.

Na Europa até ao século XVIII havia períodos de fome e escassez de alimentos a cada vinte anos. Com a revolução industrial e a introdução do capitalismo essa situação inverteu-se. Com a produção através do trabalho, da poupança e do capital, os trabalhadores foram-se tornando mais prósperos. Nunca se viveu tão bem desde que existe capitalismo, o resto são lendas e mitos urbanos.

O Syriza destruiu a economia grega

O Eurogrupo estima que um terceiro resgate à Grécia rondaria os 86 mil milhões de euros, se juntamos os 240 mil milhões recebidos anteriormente nos resgastes, a reestruturação da dívida e as injecções de liquidez do BCE, a Grécia já recebeu ajudas equivalentes ao 254% do seu PIB, um valor 12 vezes superior à ajuda recebida pela Alemanha em 1953 no tratado de Londres.

Estes valores são brutais, mas a Grécia torna-se num "poço sem fundo" na altura em que a confiança dos seus cidadãos e parceiros é perdida justamente quando o Syriza chega ao poder.

12 de julho de 2015

Obras em contra-relógio para as Festas da Agonia 2

Rua da Bandeira. 12 de Julho de manhã

Rua de Viana (perpendicular à Avenida)

Restaurante Recanto 

Viela da cova da onça

Praia do Cabedelo, Amorosa, Castelo de Neiva, Paçô, Arda, Pedra Alta e Insua (Afife)





O Estado do Comércio Local


O Centro Comercial 1º de Maio, no centro de Viana do Castelo, mostra bem o estado em que está o comércio local. Com algumas lojas ocupadas no exterior e com uma praça cuja ocupação nunca é superior a 10 pessoas, fazendo a excepção nas festas, o local vem sofrendo um abandono progressivo desde que o grupo Sonae abriu o estação shopping. 


Este é um dos graves problemas da cidade: a falta de concorrência. Viana não pode conviver com dois centros comerciais a fazer concorrência um ao outro.

Desconheço se o edificio pertence a algum privado ou se é público. Mas não se pode deixar um edifício destes ao abandono como está.


Este facto mostra que o comércio local está nas ruas da amargura. Mostra que ninguém investe por cá e isso é bastante triste.


11 de julho de 2015

Convento de São Francisco do Monte

Numa cidade normal não se deixa património histórico ao abandono. Em Viana do Castelo temos um belíssimo convento franciscano com mais de 500 anos exposto ao vandalismo, ao lixo e à sorte. 

A famosa "Casa de Reflexão" que Rui Teixeira, director do IPVC, queria instalar parece que ficou só no papel.

A Crise Europeia (VIDEO)

Afundamento da Grécia

Da dignidade do não até à claudicação do sim

10 de julho de 2015

Flores




A minha proposta para Viana do Castelo

Muitos me dizem que só critico e que não proponho nada, pois aqui vai o meu conceito do que deve ser uma Câmara Municipal. É uma visão de senso comum, liberal e que respeita os direitos dos munícipes. Viana tem um problema grave de desertificação e a população está a envelhecer a olhos vistos. Dentro de duas décadas muitas das freguesias do concelho vão ficar com a população extremamente envelhecida. Uma cidade com este tipo de problema não precisa de mais obras públicas e de requalificações urbanas sem qualquer sentido. A oferta normalmente não cria a procura só pelo facto de existir. Ou seja, se eu abro um negócio, não é garantido que tenha clientes só pelo facto de existir. Essa foi a linha da Câmara nas últimas décadas.

Apresento três linhas mestras que a cidade precisa seguir se quiser alterar este marasmo. São linhas que seguiram bastantes países, e apresentaram efeitos imediatos. Um deles, curiosamente, é a China. Apesar de ter um governo comunista e se desrespeitem os direitos humanos, abriu-se ao estrangeiro e hoje é a maior economia do mundo. Repito, não concordo com o regime chinês, mas a estratégia de dar iniciativa aos privados foi o motor do seu crescimento económico. Esta torna-se assim a primeira das três linhas mestras.


Obras em contra-relógio para as Festas da Agonia

Uma coisa que todos os políticos adoram são inaugurações. O acto de cortar a fita deixa qualquer político com sonhos húmidos. Aparecer diante dos jornalistas e da população para inaugurar qualquer mamarracho público sem utilidade, é quase como tirar boas notas no "exame" da governação. José Maria Costa não é diferente e adora inaugurações. Houve um pequeno problema durante esta legislatura, o governo de Passos Coelho, não foi muito amigo da criação de obra pública e só agora com os fundos comunitários chegou algum dinheiro para poder brincar aos arquitectos e urbanistas.

Quando o dinheiro chegou, Zé Maria nem olhou para o calendário. Urge fazer obras e já! As Festas da Agonia estão a chegar, os media vão aparecer em peso e eu preciso de inaugurar alguma coisa. Vale tudo. Desde cavar buracos para depois os tapar como as obras da praia do Cabedelo, mudar pavimento às ruas por onde quase ninguém passa ou empreender obras faraónicas na Praia Norte.

Os fundos comunitários para os próximos 5 anos estão a ser esbanjados em obras desnecessárias. Até 2020 não vai haver mais dinheiro da Europa e Zé Maria decide que é já em 2015 que é preciso gastar. Daqui a dois anos sai da Câmara mas pode dizer que tem obra feita. Os problemas estruturais de Viana como a falta de atractividade para viver e trabalhar aqui continuam sem ser resolvidos, mas embarcamos mais uma vez no populismo da obra pública.


O comércio, também não importa muito a Zé Maria, que deve pensar que todos os empresários tem acesso à conta sem plafond dele. Então, decide arruinar-lhes a vida, fazendo obras na rua em frente aos seus estabelecimentos nos meses em que mais facturam.

Só nas praias vão gastar-se mais de 18 milhões para fazer algo que a maior parte da população desconhece. Os melhores urbanistas preparam-se para replicar a famosa obra da Praia da Afife, que tanto agradou aos frequentadores da praia. 

Tudo isto acontece perante a passividade dos vianenses, que continuam a levar a sua vida pacata e sonolenta, enquanto Zé Maria atenta contra o urbanismo da cidade e contra as belíssimas praias do concelho. Os problemas de Viana vão continuar sem solução por pelo menos mais 2 anos. É triste.

Celebrar a dignidade para depois baixar as calças à Troika

Foi no mínimo ridículo o referendo de Domingo na Grécia, o ponto agido da governação do Syriza na minha opinião. Ridículo foi também o papel que algumas pessoas fizeram, como se tivessem conquistado alguma coisa. A política assemelha-se mais ao futebol, onde cada um defende as suas cores   de forma cega, enquanto os políticos arrebatam a liberdade individual. O pensamento em manada é fantástico.

Mais ridículo ainda é o papel trágico-cómico do Syriza, em apenas quatro dias, mudam de rumo e fazem uma proposta à Troika bastante semelhante com aquela que rejeitaram e sobre a qual 62% do povo grego tinha rejeitado nas urnas.

Aqui fica uma lista das propostas:


  • Aumento do IVA equivalente a 1% do PIB.
  • IVA de 23% para alimentos não básicos, tratamento de águas e restaurantes.
  • Eliminação progressiva do desconto de 30% do IVA nas ilhas, a concluir em 2016.
  • Eliminar os benefícios fiscais dos agricultores
  • Abolir o regime fiscal privilegiado da industria naval.
  • Cortes na despesa militar de 100 milhões de euros em 2015. (Troika exige 400 milhões)
  • Reforma no sistema de pensões grego.
  • Eliminar incentivos às reformas antecipadas.
  • Aumento da idade da reforma para os 67 anos.
  • Incrementar as taxas moderadoras na saúde de 4 para 6%.
  • Eliminar taxas e imposto dirigidos para financiar pensões.
  • Reforma laboral.
  • Privatizações em curso não podem ser alteradas.
  • Privatização dos aeroportos regionais e da empresa estatal de comunicações.

Algumas das propostas do Syriza vão além da proposta da Troika, o que é caso para perguntar qual é a legitimidade de Alexis Tsipras para negociar uma proposta destas? É caso para dizer que o Syriza fez 5 meses de birra, convoca um referendo, ignora o resultado e aceita a proposta da Troika depois de ter levado o país à bancarrota. É isso que queremos em Portugal também?


9 de julho de 2015

O parque automóvel de Viana do Castelo


Qualquer pessoa que circule pelas ruas de Viana notará nos fantásticos automóveis que por aqui andam. Sendo a economia desta cidade uma desgraca, é de estranhar ver tantos Mercedes, BMW ou Audi a circular. A maior parte de espaços para comércio da cidade estão ao abandono, emprego escasseia, mas o número de carros de gama alta aumenta. 

É um fenómeno curioso que acontece em todo o país e não é uma coisa recente, apesar das vendas deste tipo de carros tenha aumentado bastante nos primeiros meses do ano. Antes os empresários do têxtil compravam uma casa e um Ferrari quando o negócio funcionava bem. Nada contra, ainda que pagassem pouco mais do salário mínimo aos funcionários, mas o risco do empresário também precisa de ser recompensado.

Este modelo no entanto desapareceu graças à bolha de obras públicas e quem passou a andar de Mercedes passou a ser o empreiteiro. O dinheiro anda em círculos. Os fundos comunitários chegam a Portugal, as câmaras esbanjam o dinheiro em obras públicas (como ilustra a imagem nada melhor que blocos de granito para o pavimento duma praça antes ocupada por arrumadores de carros), os empreiteiros enchem os bolsos (pagam o salário mínimo aos empregados) e o dinheiro regressa à Alemanha para comprar o último modelo da Mercedes.

As obras públicas acabam por nunca ser rentáveis e o dinheiro regressando à Alemanha (de onde veio) nem chega a movimentar a nossa economia. Este é o capitalismo de compadres que as Câmaras Municipais usam e abusam. Não chegou a crise subprime, é preciso encher mais uma bolha de obras públicas para ajudar os amigos ligados à construção para que estes possam andar no último modelo de uma qualquer marca de carros alemã.

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