10 de julho de 2015

Celebrar a dignidade para depois baixar as calças à Troika

Foi no mínimo ridículo o referendo de Domingo na Grécia, o ponto agido da governação do Syriza na minha opinião. Ridículo foi também o papel que algumas pessoas fizeram, como se tivessem conquistado alguma coisa. A política assemelha-se mais ao futebol, onde cada um defende as suas cores   de forma cega, enquanto os políticos arrebatam a liberdade individual. O pensamento em manada é fantástico.

Mais ridículo ainda é o papel trágico-cómico do Syriza, em apenas quatro dias, mudam de rumo e fazem uma proposta à Troika bastante semelhante com aquela que rejeitaram e sobre a qual 62% do povo grego tinha rejeitado nas urnas.

Aqui fica uma lista das propostas:


  • Aumento do IVA equivalente a 1% do PIB.
  • IVA de 23% para alimentos não básicos, tratamento de águas e restaurantes.
  • Eliminação progressiva do desconto de 30% do IVA nas ilhas, a concluir em 2016.
  • Eliminar os benefícios fiscais dos agricultores
  • Abolir o regime fiscal privilegiado da industria naval.
  • Cortes na despesa militar de 100 milhões de euros em 2015. (Troika exige 400 milhões)
  • Reforma no sistema de pensões grego.
  • Eliminar incentivos às reformas antecipadas.
  • Aumento da idade da reforma para os 67 anos.
  • Incrementar as taxas moderadoras na saúde de 4 para 6%.
  • Eliminar taxas e imposto dirigidos para financiar pensões.
  • Reforma laboral.
  • Privatizações em curso não podem ser alteradas.
  • Privatização dos aeroportos regionais e da empresa estatal de comunicações.

Algumas das propostas do Syriza vão além da proposta da Troika, o que é caso para perguntar qual é a legitimidade de Alexis Tsipras para negociar uma proposta destas? É caso para dizer que o Syriza fez 5 meses de birra, convoca um referendo, ignora o resultado e aceita a proposta da Troika depois de ter levado o país à bancarrota. É isso que queremos em Portugal também?


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