10 de julho de 2015

Flores




A minha proposta para Viana do Castelo

Muitos me dizem que só critico e que não proponho nada, pois aqui vai o meu conceito do que deve ser uma Câmara Municipal. É uma visão de senso comum, liberal e que respeita os direitos dos munícipes. Viana tem um problema grave de desertificação e a população está a envelhecer a olhos vistos. Dentro de duas décadas muitas das freguesias do concelho vão ficar com a população extremamente envelhecida. Uma cidade com este tipo de problema não precisa de mais obras públicas e de requalificações urbanas sem qualquer sentido. A oferta normalmente não cria a procura só pelo facto de existir. Ou seja, se eu abro um negócio, não é garantido que tenha clientes só pelo facto de existir. Essa foi a linha da Câmara nas últimas décadas.

Apresento três linhas mestras que a cidade precisa seguir se quiser alterar este marasmo. São linhas que seguiram bastantes países, e apresentaram efeitos imediatos. Um deles, curiosamente, é a China. Apesar de ter um governo comunista e se desrespeitem os direitos humanos, abriu-se ao estrangeiro e hoje é a maior economia do mundo. Repito, não concordo com o regime chinês, mas a estratégia de dar iniciativa aos privados foi o motor do seu crescimento económico. Esta torna-se assim a primeira das três linhas mestras.


Obras em contra-relógio para as Festas da Agonia

Uma coisa que todos os políticos adoram são inaugurações. O acto de cortar a fita deixa qualquer político com sonhos húmidos. Aparecer diante dos jornalistas e da população para inaugurar qualquer mamarracho público sem utilidade, é quase como tirar boas notas no "exame" da governação. José Maria Costa não é diferente e adora inaugurações. Houve um pequeno problema durante esta legislatura, o governo de Passos Coelho, não foi muito amigo da criação de obra pública e só agora com os fundos comunitários chegou algum dinheiro para poder brincar aos arquitectos e urbanistas.

Quando o dinheiro chegou, Zé Maria nem olhou para o calendário. Urge fazer obras e já! As Festas da Agonia estão a chegar, os media vão aparecer em peso e eu preciso de inaugurar alguma coisa. Vale tudo. Desde cavar buracos para depois os tapar como as obras da praia do Cabedelo, mudar pavimento às ruas por onde quase ninguém passa ou empreender obras faraónicas na Praia Norte.

Os fundos comunitários para os próximos 5 anos estão a ser esbanjados em obras desnecessárias. Até 2020 não vai haver mais dinheiro da Europa e Zé Maria decide que é já em 2015 que é preciso gastar. Daqui a dois anos sai da Câmara mas pode dizer que tem obra feita. Os problemas estruturais de Viana como a falta de atractividade para viver e trabalhar aqui continuam sem ser resolvidos, mas embarcamos mais uma vez no populismo da obra pública.


O comércio, também não importa muito a Zé Maria, que deve pensar que todos os empresários tem acesso à conta sem plafond dele. Então, decide arruinar-lhes a vida, fazendo obras na rua em frente aos seus estabelecimentos nos meses em que mais facturam.

Só nas praias vão gastar-se mais de 18 milhões para fazer algo que a maior parte da população desconhece. Os melhores urbanistas preparam-se para replicar a famosa obra da Praia da Afife, que tanto agradou aos frequentadores da praia. 

Tudo isto acontece perante a passividade dos vianenses, que continuam a levar a sua vida pacata e sonolenta, enquanto Zé Maria atenta contra o urbanismo da cidade e contra as belíssimas praias do concelho. Os problemas de Viana vão continuar sem solução por pelo menos mais 2 anos. É triste.

Celebrar a dignidade para depois baixar as calças à Troika

Foi no mínimo ridículo o referendo de Domingo na Grécia, o ponto agido da governação do Syriza na minha opinião. Ridículo foi também o papel que algumas pessoas fizeram, como se tivessem conquistado alguma coisa. A política assemelha-se mais ao futebol, onde cada um defende as suas cores   de forma cega, enquanto os políticos arrebatam a liberdade individual. O pensamento em manada é fantástico.

Mais ridículo ainda é o papel trágico-cómico do Syriza, em apenas quatro dias, mudam de rumo e fazem uma proposta à Troika bastante semelhante com aquela que rejeitaram e sobre a qual 62% do povo grego tinha rejeitado nas urnas.

Aqui fica uma lista das propostas:


  • Aumento do IVA equivalente a 1% do PIB.
  • IVA de 23% para alimentos não básicos, tratamento de águas e restaurantes.
  • Eliminação progressiva do desconto de 30% do IVA nas ilhas, a concluir em 2016.
  • Eliminar os benefícios fiscais dos agricultores
  • Abolir o regime fiscal privilegiado da industria naval.
  • Cortes na despesa militar de 100 milhões de euros em 2015. (Troika exige 400 milhões)
  • Reforma no sistema de pensões grego.
  • Eliminar incentivos às reformas antecipadas.
  • Aumento da idade da reforma para os 67 anos.
  • Incrementar as taxas moderadoras na saúde de 4 para 6%.
  • Eliminar taxas e imposto dirigidos para financiar pensões.
  • Reforma laboral.
  • Privatizações em curso não podem ser alteradas.
  • Privatização dos aeroportos regionais e da empresa estatal de comunicações.

Algumas das propostas do Syriza vão além da proposta da Troika, o que é caso para perguntar qual é a legitimidade de Alexis Tsipras para negociar uma proposta destas? É caso para dizer que o Syriza fez 5 meses de birra, convoca um referendo, ignora o resultado e aceita a proposta da Troika depois de ter levado o país à bancarrota. É isso que queremos em Portugal também?


9 de julho de 2015

O parque automóvel de Viana do Castelo


Qualquer pessoa que circule pelas ruas de Viana notará nos fantásticos automóveis que por aqui andam. Sendo a economia desta cidade uma desgraca, é de estranhar ver tantos Mercedes, BMW ou Audi a circular. A maior parte de espaços para comércio da cidade estão ao abandono, emprego escasseia, mas o número de carros de gama alta aumenta. 

É um fenómeno curioso que acontece em todo o país e não é uma coisa recente, apesar das vendas deste tipo de carros tenha aumentado bastante nos primeiros meses do ano. Antes os empresários do têxtil compravam uma casa e um Ferrari quando o negócio funcionava bem. Nada contra, ainda que pagassem pouco mais do salário mínimo aos funcionários, mas o risco do empresário também precisa de ser recompensado.

Este modelo no entanto desapareceu graças à bolha de obras públicas e quem passou a andar de Mercedes passou a ser o empreiteiro. O dinheiro anda em círculos. Os fundos comunitários chegam a Portugal, as câmaras esbanjam o dinheiro em obras públicas (como ilustra a imagem nada melhor que blocos de granito para o pavimento duma praça antes ocupada por arrumadores de carros), os empreiteiros enchem os bolsos (pagam o salário mínimo aos empregados) e o dinheiro regressa à Alemanha para comprar o último modelo da Mercedes.

As obras públicas acabam por nunca ser rentáveis e o dinheiro regressando à Alemanha (de onde veio) nem chega a movimentar a nossa economia. Este é o capitalismo de compadres que as Câmaras Municipais usam e abusam. Não chegou a crise subprime, é preciso encher mais uma bolha de obras públicas para ajudar os amigos ligados à construção para que estes possam andar no último modelo de uma qualquer marca de carros alemã.

7 de julho de 2015

Carta do Arquitecto Marques Franco sobre a Burocracia em Viana do Castelo

Não posso deixar de expressar o meu mais vivo repudio por um conjunto de factos relatados pelo jovem Carlos Maciel no seu blog, que se lembrou agora de denunciar, com o intuito declarado de combater a burocracia na Câmara municipal.
É uma autêntica sainha persecutória contra um dos pilartes- base da nossa organização municipal e um dos traços indeléveis na identidade nacional. O miúdo podia perfeitamente entreter-se em ir ao cinema ou à praia, vira-se agora para palermice de querer reduzir papeis, documentos, certidões e registos e mais um rol de infindáveis abolições de procedimentos da Câmara Municipal. Vê-se mesmo que é gente que não percebe patavina do que é que o pessoal mais necessita e vai atrás das modernices idiotas sopradas pela net.

Ora, acontece que a burocracia é precisamente uma das coisas boas que o município tem, e que faz com que a malta até goste de andar por cá em vez de desertar para a “estranja”. Metade da actividade do município desenvolve-se a tratar de coisas e documentos inúteis, que dão trabalho a um rol de gente. Se insistirmos nesta idiotice de acabar com a complexidade dos serviços municipais, vamos ter montes de gente no desemprego, com estradas e praças às moscas e um aumento considerável de depressões e suicídios. A história é-nos vendida como uma coisa que se destina a facilitar a vida aos munícipes. Mas quem é que lhe disse que a gente quer a vida facilitada? Quando deixar de ser preciso gastar uma manhã para marcar uma reunião com o presidente, um vereador, para entregar uma escritura, 32 documentos para licenciar uma casa, ou ir para a bicha da tesouraria, como é que o pessoal vai arranjar desculpa para se desenfiar do emprego e aproveitar para laurear a pevide, que é uma coisa essencial ao bem-estar psíquico das pessoas? Isto para não falar da instabilidade provocada pela ausência de motivos para dizer mal da vida e lamentar as chatices e os incomodas na sala de espera da Câmara Municipal, que é o local que os Vianenses elegem para o exercício da democracia já que não vão às Assembleias Municipais.

Mas o mais lamentável disto tudo é que deixamos de poder distinguir os espertos dos lorpas. A burocracia instalada é um mecanismo natural de seleção que levou anos a fio a montar. Os inteligentes e desenrascados sempre conseguiram dar a volta às dificuldades e armadilhas do sistema e são capazes de sacar um papel no próprio dia enquanto os bananas esperam seis meses.

É um filtro natural e um magnífico modelo de avaliação de desempenho que ficaria agora ameaçado. Apesar de tudo, estou confiante que a engrenagem era capaz de suster esta ameaça. No mínimo, espero para acabar com a burocracia na Câmara Municipal seja necessário nomear por ajuste directo meia dúzia de comissões e grupos de trabalho, e criar mais uma centena de formulários, quadros sinópticos e respectivas instruções de preenchimento que, bem geridas poderão assegurar a perpetuação do sistema.

Marques Franco

O cliente que nunca mais volta



Anos atrás, Sam Walton, fundador da maior rede de retalho do mundo, a Wal-Mart, abriu um programa de formação para os seus funcionários, com muita sabedoria. Quando todos esperavam uma palestra sobre vendas ou atendimento, ele disse isto:

"Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e espera pacientemente, enquanto o empregado faz tudo, menos anotar o meu pedido.
Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares.
Eu sou o homem que entra numa bomba de gasolina e nunca usa a buzina, mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.
Eu sou o homem que explica a sua desesperada urgência por uma peça, mas não reclama quando a recebe somente após três semanas de espera.
Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, implorando por um sorriso ou esperando apenas ser notado."

Você deve estar pensando que sou uma pessoa tímida, paciente, do tipo que nunca cria problemas... Engana-se.
Sabe quem eu sou? Eu sou o cliente que nunca mais volta!

Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua empresa, sendo que quando fui lá pela primeira vez, tudo o que deveriam ter feito era apenas uma pequena gentileza, simples e barata: tratar-me com um pouco mais de cortesia.
Só existe um chefe: O CLIENTE. E ele pode demitir todas as pessoas da empresa, do presidente à senhora da limpeza, simplesmente levando o seu dinheiro para gastar em outro lugar.”

Colaborando à Força

Este é o resultado de um federalismo forçoso e de uma união económica baseada no intervencionismo, em vez de se focar na cooperação voluntária.

6 de julho de 2015

Um dia na horta da minha mãe

Aqui ficam as fotos da D.Céu, um dos sítios mais bonitos de Viana do Castelo. :)




O primeiro dia da ressaca grega

Ontem, o que a Grécia decidiu dizer à Europa foi "Eu odeio-te, não me deixes!". Em Portugal os menos informados falam sobre um governo grego que luta pelos direitos dos seus cidadãos. Eu pergunto-me quais direitos. O de declarar default? O de impor controlo de capitais aos seus cidadãos? O de fazer chantagem?

Não nos enganemos. Declarar default e continuar a gastar mais e mais barato é populismo puro. Quando um país não cumpre os seus compromissos o que acontece normalmente é.

Impacto negativo no crescimento a rondar o 1%.

Redução drástica na concessão de crédito. Sem financiamento internacional a Grécia corre o risco de perder cerca de metade da liquidez dos seus bancos.

Quebra nas exportações. Cerca de 10%.

Falência das PMEs por falta de crédito  ou por condições pouco atractivas. A confiança nas empresas gregas vai diminuir nos mercados internacionais.

A segurança social também entrará em falência, uma vez que 90% dos fundos são investidos em dívida soberana. Ou seja é impossível declarar o incumprimento da dívida sem desmoronar a segurança social.

Se analisarmos a lista de países que decidiram não pagar ao FMI encontraremos países como a Serra Leoa, Cuba, Somália etc. E todos eles levaram cerca de 10 anos para voltar a ver a luz ao fundo do túnel do "default". 
Outros exemplos são o Equador, onde Correa decidiu não pagar 3200 milhões ao FMI para financiar-se com a China a juros mais altos e num prazo mais reduzido. O Equador tinha petróleo, agora pertence à China.

Outro caso parecido foi o da Argentina que recusou pagar ao FMI para financiar-se com a Venezuela. O resultado foi uma desvalorização brutal da moeda. 

Um Estado falido que declara default é uma bomba relógio. Ontem não foi o final de nada, agora a Grécia vai sofrer a verdadeira austeridade. É uma questão de tempo.

5 de julho de 2015

Grexit, os mitos


Este gráfico é revelador da austeridade na economia grega. Desde 1996 que a despesa do Estado grego não parou de aumentar até 2011, altura em que a Troika impôs a famigerada austeridade ao país heleno.
Resumindo, o Estado grego endividava-se a ritmos loucos para poder fazer face ao Estado Social. Através de impostos já não era possível financiar-se. O Estado levou um nível de vida insustentável durante quase 15 anos, aumentando em cerca de 80% a sua despesa. O mais relevante é que apenas 30% dessa despesa foi para saúde e educação. O resto foi para políticas sociais, por isso é que a austeridade se impõe. 



A história que é mal contada, é que o Estado Grego não aplicou austeridade como o português por exemplo. Os governos gregos aplicaram a austeridade tarde e mal, além disso dificultaram sempre a aplicação dos cortes de despesa pública.

O problema principal da Grécia não é o exacerbado gasto público, mas a falta de competitividade da economia e o excesso de intervencionismo estatal. A Grécia ocupa o 130º lugar no índice de liberdade económica da Heritage Foundation.
Na pratica, a maior parte das empresas privadas gregas são micro-empresas  com menos de 10 trabalhadores. Além disso o balanço comercial externo grego é bastante baixo quando comparado com Portugal. Se a Grécia tivesse duplicado as suas exportações, não teria uma recessão tão grave como a que tem.


Outro mito é sobre os credores gregos e sobre a cedência da soberania ao grande capital. Os credores gregos são os outros países da zona euro que assumiram o risco. Um credor privado no seu perfeito juízo não investiria em dívida grega. 


O que o Syriza pretende é ser um parasita dos outros países da zona euro, para manter um Estado sobredimensionado e uma economia pouco competitiva. A Grécia precisa é de iniciativa privada e de reduzir o seu gasto público.


3 de julho de 2015

São Opiniões - Obras no Centro



Vale tudo! Obras que começam na época alta da cidade deixando Viana debaixo duma nuvem de pó, mudar pavimento por mudar, cavar buracos para depois os tapar etc. etc. 

Como sobreviver à burocracia em Viana do Castelo

Muitas pessoas se perguntam como é que uma cidade como Viana do Castelo se encontra deserta. O presidente da Câmara diz que são opiniões, o cidadão não sabe responder e eu digo que é pela incompetência e burocracia municipal.

Vejamos, há cerca de duas semanas pedi uma autorização por escrito à Câmara Municipal de Viana para fazer obras de recuperação num anexo, recuperar um tanque e limpar duas charcas.

Passado duas semanas recebo uma resposta que diz o seguinte:


Dirijo-me à Câmara Municipal e a senhora que me atende pergunta-me se li o segundo parágrafo. Afirmo que li e não entendi, pois não refere quais são-nos documentos que devo anexar. A senhora pergunta se sou proprietário ou arrendatário. Respondo que sou arrendatário, ao que a senhora responde que isso é ilegal e que deve ser o proprietário a pedir. 
Não estamos a falar de um anexo construído ontem. O anexo em causa, que a Câmara diz estar ilegal, foi construído há mais de 50 anos. Além disso queriam que pagasse 26,26€ por um técnico da Câmara ter perdido 1 minuto a ler a minha carta e a indiferir o processo. Disse que não pagava para lerem cartas.

Falo com o meu gestor de projectos e este aconselha-me a ir ao departamento de obras e após localizarem o arquitecto responsável pelo licenciamento, marcaram-me uma reunião para daqui a 15 dias. Esta é a burocracia e a forma como a Câmara trata quem quer inovar e quem quer criar postos de trabalho. Continuem a votar neles.


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