NOTA: Este texto já é de Abril de 2015, foi escrito para o Mises Portugal, com referência posterior no Insurgente, decidi publica-lo hoje porque torna-se bastante actual com a notícia que o Presidente da Camara de Viana do Castelo foi pedir ajudas ao secretário de Estado da Cultura para suportar um grupo de teatro.
Ontem decidi dar mais uma oportunidade e fui a um evento onde se discutia o estado da cultura em Viana do Castelo. A moderadora ser a Ilda Figueiredo deixou-me a salivar. Quando lá chego a audiência era composta por gente com idades não inferiores aos 50 anos. Um óptimo sinal que mostra que os jovens não estão interessados na cultura destes senhores.
Ouvi durante mais de uma hora os disparates que iam dizendo, nomeadamente o facto do Estado ter cortado a “torneira” dos subsídios ou dos eventos que eles organizam não terem participação. Curiosamente as criaturas estavam em estado de contradição, dado que diziam que era possível fazer cultura sem dinheiro, mas volta e meia diziam que tinham necessidades monetárias para organizar os seus eventos a que ninguém vai.
Então decidi participar e perguntar-lhes o que era a cultura. Será que o Tony Carreira e o Anselmo Ralph são cultura como são o Mozart e o Beethoven? E se não são porque é conseguem encher pavilhões, enquanto os concertos eruditos estão às moscas? Vamos pedir o renascimento do Ministério da Cultura para apoiar filmes que ninguém vê com o dinheiro dos contribuintes? Um artista precisa mesmo de subsídios para produzir alguma obra? Os senhores são contra a mercantilização da arte e da cultura? Mas se a cultura tiver qualidade e apelar ao público vende por si própria sem o auxílio de subsídios.
A tudo isto responderam-me que a distribuição da cultura era uma obrigação estatal que para alguma coisa se paga impostos. Portanto o Estado devia ser o monopolista e o planificador e que a cultura como mercadoria era uma abominação.
Irrita-me profundamente que o mundo das artes esteja cheio de parasitas que eram sustentados pelo Papá Estado e que quando lhes cortam os subsídios dizem arrogantemente que não precisam deles, mas que o Estado é que devia controlar a cultura. Ou seja o que está gente quer é uma revolução cultural como a do Mao.