Não nos enganemos. Declarar default e continuar a gastar mais e mais barato é populismo puro. Quando um país não cumpre os seus compromissos o que acontece normalmente é.
Impacto negativo no crescimento a rondar o 1%.
Redução drástica na concessão de crédito. Sem financiamento internacional a Grécia corre o risco de perder cerca de metade da liquidez dos seus bancos.
Quebra nas exportações. Cerca de 10%.
Falência das PMEs por falta de crédito ou por condições pouco atractivas. A confiança nas empresas gregas vai diminuir nos mercados internacionais.
A segurança social também entrará em falência, uma vez que 90% dos fundos são investidos em dívida soberana. Ou seja é impossível declarar o incumprimento da dívida sem desmoronar a segurança social.
Se analisarmos a lista de países que decidiram não pagar ao FMI encontraremos países como a Serra Leoa, Cuba, Somália etc. E todos eles levaram cerca de 10 anos para voltar a ver a luz ao fundo do túnel do "default".
Outros exemplos são o Equador, onde Correa decidiu não pagar 3200 milhões ao FMI para financiar-se com a China a juros mais altos e num prazo mais reduzido. O Equador tinha petróleo, agora pertence à China.
Outro caso parecido foi o da Argentina que recusou pagar ao FMI para financiar-se com a Venezuela. O resultado foi uma desvalorização brutal da moeda.
Um Estado falido que declara default é uma bomba relógio. Ontem não foi o final de nada, agora a Grécia vai sofrer a verdadeira austeridade. É uma questão de tempo.