21 de novembro de 2013

A minha história infinita contigo III


Os exames estão terminados, só estamos a espera de ir para os nossos destinos. As duas mulheres vão para a Irlanda. Cork e Dublin. Eu vou para nikoping, uma vila sueca a 100km de Estocolmo. Até nosso tive azar, pais caro numa vila no meio da neve. A argentina pouco quer saber de mim e eu sim. Responde-me a 2 ou 3 SMS a dizer que já se ia embora. Eu vou ao aeroporto levá-la e dou-lhe um beijo de boa sorte. Nunca mais a vi e ela de certeza que também não me quis por perto. Nem por um raio de 100km pelo que se ia passar.

A húngara também está no aeroporto, uns amigos dela também partem. Lágrimas e desejos de nos ver-nos de volta, só querendo muito é que nos iríamos ver. Ela leva-me para o meu quarto. Falamos, ficamos bem e fodemos. Não me lembro se dormiu comigo e fugiu no meio da noite. 
É a minha vez de partir, o meu amigo Lax foi para Londres, em breve vou pedir transferência para la, vou adorar a noite londrina. Bem melhor que uma vila perdida na neve com pessoas que mal falei durante este mês e meio. Eles gostavam de estudar e eu sempre fui cachorro como dizia uma mulata com ar afro. Incompatível, eles no sítio perfeito e eu longe de casa e de tudo.
Sempre me dei bem com quem está longe, estranha obsessão que não me deixa aproximar das pessoas perto. Tem sido a sina .
Na Suécia a neve deu-nos as boas vindas, aquilo é tipo um reformatório de gente que quer sair dali. Todos sonham com a transferência e essa é a única forma de sair dali e mantém-nos vivos com a esperança. Quem chega lá so quer sair dali. Tugas engraçados, mas não me dizem nada. Não vou sentir saudades de ninguém.
Divido a casa com um gay gordo que se me ajudou a conseguir casa foi porque era a ultima hipótese; um outro espanhol que teve um passado militar e o gato cinzento do gay. É complicado alugar casa na Suécia, diria mais que é impossível. Agora estou melhor, vou tendo algum dinheiro que me dá para comida e cigarros.  Lá fora faz muito frio e fico por casa, as apostas e o MSN ocupam o meu tempo livre, o resto do tempo é ocupado a levar múmias geladas para todas as cidades da Europa. Paris, Londres, Barcelona, Riga... Vou conhecendo os aeroportos e fico sempre com aquela nostalgia que gostava de ficar ali por uns dias. Tudo serve para escapar ao inverno glaciar da Suécia.
O MSN apita, é ela. Ja quase não me lembrava, está a perguntar se está tudo bem. Fico contente, aquelas recordações do verão voltam e vamos falando de mim e da minha vida de boémio. Chama-me gato vadio. Gosto. Banana, no entanto fiquei Pikachu e ela também. Tratamo-nos por você, mas as formalidades não impedem que nos tornemos mais próximos.

O tempo passa e passa, não sou feliz aqui. A húngara ainda está na Alemanha, fala comigo e quer saber como vão as coisas, respondo e preocupo-me com ela. Não sou um insensível, só ás vezes não deixo evoluir os sentimentos para não magoar as pessoas e a mim também. 

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