Nenhuma empresa consegue-se manter no mercado como líder incontestável durante muito tempo. Se assim fosse, hoje, a Kodak seria a empresa líder na fotografia digital e no entanto é uma empresa extinta que foi ultrapassada por tecnologia melhor.
Desde a altura em que lançou o iPhone e revolucionou o mercado dos smartphones, a Apple trilhou um caminho que a tornou na maior empresa do mundo a nível de capitalização bolsista, destronando a petrolífera Exxon Mobil. A Apple ganhou também uma batalha que vinha sendo travada entre a Google e a Microsoft e hoje vale mais que estas duas combinadas. A empresa da maçã vem também ganhando todas as batalhas de empresas que lhe vão fazendo frente com o próximo iPhone Killer. A RIM (Blackberry), a Palm ou a Nokia foram algumas das vítimas que ficaram pelo caminho.
Todas as empresas que decidiram fazer concorrência directa à Apple fracassaram. A própria Samsung só conseguiu ganhar algumas batalhas na guerra dos smartphones de topo, concentrando-se no nicho do tamanho do ecrã. As vendas da Samsung já levavam dois trimestres em queda, até que com introdução do iPhone 6, a Apple deu ao mercado aquilo que ele queria (ecrãs grandes) e ditou que a Apple voltasse a reconquistar um lugar que já lhe tinha pertencido. O preço parece ser o único caminho pelo qual se consegue ganhar à Apple.
Mas afinal de que depende este sucesso da Apple? Depende unicamente do facto de estares a olhar para os ecrãs que ela constrói. iPad, iPod, iPhone, Mac, Watch etc. todos têm um ecrã.
Para destronar um produto tão formidável como o iPhone só pensando "out of the box". Pode parecer uma frase batida, mas a Amazon levou isso à letra e no final do ano passado lançou um produto chamado Echo que pode ser muito bem o início do fim dos smartphones tais como os conhecemos. No futuro, a vida digital existirá sem ecrãs. Uns auriculares ligados à net, um sensor de glucose. O nosso frigorifico a ordenar a um drone para ir buscar leite, a máquina de lavar vai-te enviar uma mensagem quando acabar de lavar a roupa, o nosso carro vai-se comunicar com a estrada e o meio que o rodeia. Ou seja, em vez de ecrãs vão existir uma espécie de seres etéreos que nos dirão o que temos que fazer hoje, quem tocou à campainha ou podemos pedir-lhes para aumentar ou diminuir a temperatura da sala.
O Amazon Echo usa uma assistente virtual (ao estilo Siri, Google Now, Cortana) que interactua contigo. Podes perguntar a essa assistente (Alexa) qual é o tempo em Paris, podes pedir para criar lembretes, tocar música, ligar ou desligar as luzes de casa, regular a temperatura etc.
Se ignorares as perguntas relacionadas com a privacidade, parece bem evidente que este será o futuro da inteligência artificial doméstica. A Amazon tem aqui um bom ponto de partida para poder explorar esta tecnologia e destronar o iPhone, no entanto a Apple não ficou de braços cruzados e já lançou o Home Kit (domótica) e planeia lançar uma Apple TV. Alem disso convém não esquecer a Siri.