16 de julho de 2015

Amputações e Fantasmas





Quando um membro é amputado do corpo, acontece um fenómeno curioso ao qual se chama "Membro Fantasma". Ocorre em pessoas que perdem algum membro. Elas sentem-se como se o membro ainda estivesse ali, experimentando inclusive dores e sensações anormais.

Olhando para a zona da Praia Fluvial da Argaçosa, fico com a sensação que falta ali qualquer coisa. A Câmara, qual carniceiro, vai apoderando-se do planeamento, separando e fechando território para fazer autênticas e aberrações urbanísticas. Em tanto descampado e coutadas parece-me que se esqueceram das pessoas.

Comecemos pela célebre Praça de Touros. Fascina-me uma Câmara que se diz protectora dos animais proíba a tourada, mas permite circos. Uma câmara que supostamente protege o ambiente proibindo os porcos no espeto na Feira Medieval, mas permite um stand com aves, como falcões peregrinos, presas como montra.

Se a Praça pertence à Câmara e julgo que pagou um preço simbólico por ela, ou que tem que fazer é restaurar ou então vendê-la a privados. Edifícios públicos ao abandono parece a filosofia do actual executivo, coisa que qualquer pessoa com mais de dois dedos de testa não consegue encaixar.

Os mercados, decidiram que nesta zona eram necessários três cafés. Todos estavam abertos e até ao que sei, não faliram. A Câmara o que faz? "Amputa" dois cafés e armazéns ao local e constrói um centro de remo, 1km à frente com um café. No local deixa um maravilhoso descampado de gravilha. Destroem-se postos de trabalho por causa dos caprichos de um urbanista. Jack o Estripador era um amador quando comparando com este executivo. Os vereadores arquitecto da Câmara, devem ter tirado o curso de urbanismo nos Chocapic ou então só fazem o que o "Il Capo" Zé Maria manda.

Mais à frente, mais um descampado fantástico no meio de um labirinto de relvados e parques de estacionamento(?). Com uma ecovia que não vai dar a lado nenhum. À noite tenho medo de ir lá, parece que os fantasmas decidem sair à rua. Empreendem-se obras faraónicas na Praia da Norte e deixa-se a Argaçosa entregue aos fantasmas.

Até sinto dores fantasma quanto vejo a coutada municipal. Parece que houve ali um investimento público para um parque da cidade mas está fechado. Como vejo muros a cercar o terreno, acho que não se pode considerar parque, mas sim uma propriedade privada ou uma coutada municipal. É a primeira vez que vejo este conceito, parque público fechado para locais e turistas. É a cereja em cima do bolo do urbanismo socialista. Os arquitectos vereadores devem passar os dias a ver vistas áreas do local, para se maravilharem com os feitos e proezas da Meca da Arquitectura internacional.

Se usam os meus impostos para fazer relvados, podiam ser mais poupadinhos e da próxima vez que quiserem fazer isso, avisem-me. Não vá eu ter a minha liberdade condicionada pelos caprichos urbanistas do Sr. José Maria Costa, que contrata a "creme de la creme" do urbanismo internacional para fazer descampados e coutadas. Isso a natureza sabe fazer melhor que o homem.

Parece-me no mínimo estranho que o Marques Franco, arquitecto com vasta experiência, se mantenha calado perante tal calamidade pública...

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