É incomum vermos as plantas, flores, frutas, legumes, entre outros vegetais com seu pigmento natural predominantemente azul. Mas porquê isso acontece?
A resposta está na composição bioquímica dos alimentos.
Segundo o engenheiro de alimentos Marcelo Alexandre Prado, da Unicamp, "Os corantes presentes nas plantas, cuja função é protegê-las, são substâncias muito sensíveis à luz, ao oxigénio e à acidez. Enquanto os pigmentos verde e vermelho são mais resistentes, o azul degrada-se rapidamente, a não ser que esteja num ambiente alcalino, o que é raro na natureza, já que a maioria dos alimentos tem pH neutro ou ácido."
Outra questão, bem mais interessante, refere-se à adaptação do homem à natureza, trazendo-nos mais "pistas" sobre a Teoria da Evolução:
O homem primitivo contribuiu, em grande parte, para que quase nunca existisse alimentos nas cores azuis. Desde a Pré-História, temos a tendência de associar cores à sabores. "A experiência cognitiva do ser humano relaciona as cores quentes, como vermelho e laranja, a alimentos doces. O verde, por sua vez, é associado a comidas ácidas e azedas, como as couves. Já o azul remete-nos para coisas estragadas" diz Prado. Por isso, pode até ser que, há milhões de anos, tenham existido alimentos naturais azuis, mas foram deixados de lado pelos nossos ancestrais e acabaram por desaparecer. Ou seja, na evolução, quando uma espécie é descartada da natureza, ela enfraquece e pode mesmo chegar a desaparecer. O ser humano preferiu os alimentos de cores quentes, plantou-os e cultivou-os, já os azuis, se existiram, entraram em extinção e acabaram por desaparecer.