14 de fevereiro de 2015

O dinheiro NÃO é a raiz de todos os males



Este excerto é do Livro A Revolta de Atlas e é uma das melhores definições sobre o que é o dinheiro e como aquelas pessoas que dizem que o dinheiro é a raiz de todos os males, apenas não sabem o que é o dinheiro:
“Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? Já se perguntou qual é a origem de todo dinheiro?”
Ele é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzí-los […] 
O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que recorrem às lágrimas para pedir produtos, nem dos saqueadores, que os levam à força […] 
Não são os pidões nem os saqueadores que dão ao dinheiro o seu valor. Nem um oceano de lágrimas nem todas as armas do mundo podem transformar aqueles pedaços de papel no seu bolso no pão que você precisa para sobreviver […]
O dinheiro é feito - antes de poder ser embolsado pelos pidões e pelos saqueadores - pelo esforço de todo homem honesto [...] aquele que sabe que não pode consumir mais do que produz. 
Comerciar por meio do dinheiro é o código dos homens de boa vontade. O dinheiro se baseia no axioma de que todo homem é proprietário da sua mente e de seu trabalho […]
O dinheiro permite que você obtenha em troca dos seus produtos e de seu trabalho aquilo que seus produtos e seu trabalho valem para os homens que o adquirem, nada mais do que isso [...] 
É preciso oferecer valores, não dores [...] o vínculo comum entre os homens não é a troca de sofrimento, mas a troca de bens. O dinheiro exige que o senhor venda não a sua fraqueza à estupidez humana, mas o seu talento à razão humana […]
quando os homens vivem do comércio - com a razão e não à força, como árbitro ao qual não se pode mais apelar -, é o melhor produto que sai vencendo, o melhor desempenho, o homem de melhor juízo e maior capacidade - e o grau de produtividade de um homem é o grau de sua recompensa [...]
É isso que o senhor considera mau? [...]
O dinheiro é só um instrumento [...] ele lhe dá meios de satisfazer seus desejos, mas não lhe cria os desejos.
O dinheiro é o flagelo dos homens que tentam inverter a lei da casualidade - aqueles que tentam substituir a mente pelo sequestro dos produtos da mente.
O dinheiro não compra felicidade para o homem que não sabe o que quer, não lhe dá um código de valores se não tem conhecimento a respeito de valores, não lhe dá um objetivo se ele não escolhe uma meta.
O dinheiro não compra inteligência para o estúpido, nem admiração para o covarde, nem respeito para o incompetente.
O homem que tenta comprar o cérebro de quem lhe é superior para serví-lo, usando dinheiro para substituir o seu juízo, termina vítima dos que lhe são inferiores.
Os homens inteligentes o abandonam, mas os trapaceiros e vigaristas correm atraídos por uma lei que ele ainda não descobriu: o homem não pode ser menor do que o dinheiro que ele possui [...]
se um herdeiro esta à altura de sua herança, ela o serve; caso o contrário, ela o destrói [...] não pense que ela deveria ser distribuída - criar 50 parasitas em lugar de um […] 
O veredicto que o senhor dá a fonte do seu sustento é aquele que dá à sua própria vida. Se a fonte é corrupta, o senhor condena a própria existência.
O dinheiro provém da fraude? Da exploração dos vícios e da estupidez humanos?
O senhor o obteve servindo aos insensatos, na esperança de que lhe dessem mais do que sua capacidade merece? Baixando seus padrões de exigência? Fazendo um trabalho que o senhor despreza para compradores que não respeita?
Nesse caso, o seu dinheiro não lhe dará um momento sequer de felicidade.
Todas as coisas que adquirir serão não um tributo ao senhor, mas uma acusação; não uma realização, mas um momento de vergonha.
Então o senhor dirá que o dinheiro é mau. 
Mau porque ele não substitui o seu amor-próprio? Mau porque ele não permite que o senhor aproveite e goze sua depravação? […]
O dinheiro é produto da virtude, mas não dá virtude nem redime vícios. Ele não lhe dá o que o senhor não merece, nem em termos materiais nem espirituais [...]
O homem que venderia a própria alma por um tostão é o que mais alto brada que odeia o dinheiro - e ele tem bons motivos para odiá-lo. Os que amam o dinheiro estão dispostos a trabalhar para ganhá-lo. Eles sabem que são capazes de merecê-lo.
Eis uma boa pista para saber o caráter dos homens: aquele que amaldiçoa o dinheiro o obtém de modo desonroso; aquele que o respeita, o ganha honestamente.
Fuja do homem que diz que o dinheiro é mau. Essa afirmativa é o estigma que identifica o saqueador […] 
Enquanto os homens viverem juntos na Terra e precisarem de um meio para negociar, se abandonarem o dinheiro, o único substituto que encontrarão será o cano do fuzil [...]
Quando há comércio não por consentimento, mas por compulsão, quando para produzir é necessário pedir permissão para homens que nada produzem - quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos, mas têm influência -, quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício -, pode ter certeza que a sociedade está condenada [...]
no decorrer de séculos de estagnação e fome, os homens exaltavam os saqueadores, como aristocratas da espada aristocratas de estirpe, aristocratas da tribuna, e desprezavam os produtores, como escravos, mercadores, lojistas... industriais […]
As mentes apodrecidas que afirmam não ver diferença entre o poder do dólar e o poder do açoite merecem aprender a diferença na própria pele, que, creio eu, é o que vai acabar acontecendo [...]
Quando o dinheiro deixa de ser o instrumento por meio do qual os homens lidam uns com os outros, então os homens se tornam os instrumentos dos homens. Sangue, açoites, armas - ou dólares. Façam a sua escolha."

Posts parecidos

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...